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Criado Inicialmente por Dickies
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obrigado dikies por esta imagem isto foi no topico dele Sketch na Estação da Amadora (Bofia Racista)
e agora cria-lhes mostrar uma entrevista do hi5 oficial do vai tudo abaixo
Entrevista a Jel - Mundo Universitario : 8/Mai/2007 19:24
Jel, autor de Vai Tudo Abaixo
Uma colherada subversiva na realidade
O protagonista de um dos programas mais excêntricos da SIC Radical quer mesmo deitar tudo abaixo. Na nova série (a arrancar no final do mês), a aposta nos Homens da Luta será forte. Onde estiverem as causas, também eles vão aparecer. Seja a dos alunos da Universidade Independente (UnI), a dos trabalhadores que fazem greve ou a dos que protestam contra o encerramento de fábricas. Mas de onde vem este novo tipo de humor? Acreditem ou não, Jel diz que o “Emplastro” foi o grande percursor.
Por Lina Manso |
lmanso@mundouniversitario.pt
Na segunda-feira passada, Os Homens da Luta marcaram presença na notícia de abertura dos telejornais da RTP1, SIC e TVI, sobre a Universidade Independente, ao aparecerem por de trás dos repórteres gritando palavras de intervenção. Este tipo de sketch, em cima do acontecimento, é o caminho que pretendes seguir, com a tua equipa?
Sim, misturar a ficção com a realidade é o nosso futuro. Inspiramo-nos no Situacionismo, uma corrente francesa dos anos 60/70 [o mu encontrou uma definição curiosa na internet: «O tédio olhado como a pior das coisas, como forma de patologia social que conduz a humanidade à mais desgraçada das escravaturas. "Que sera, sera": não pode existir expressão mais contra-revolucionária»].
O Gato Fedorento também já enveredou por aí ao colocar um outdoor no Marquês de Pombal (Lisboa), contra outro cartaz que já lá estava, do Partido Nacional Renovador. É uma nova tendência do humor nacional?
Acho que sim. Até porque tem mais impacto junto das pessoas. A ideia é surrealizar a realidade.
Subvertê-la também?
Completamente. Ouve um grande percursor disso a quem ninguém deu muita atenção: o “Emplastro”.
Chegaste a trabalhar com ele, quando te dedicavas à música. Como é que isso aconteceu?
Colaborámos a propósito da promoção de um álbum que eu tinha lançado. Foi fixe... ele curtiu. A música que interpretávamos tinha a ver com essa vontade de a pessoa se exibir, com o aproveitamento de determinados acontecimentos para um certo show-off.
Pretendem ser inconvenientes, como ele? Inconvenientes. Interventivos. Situacionistas. Aproveitar a actualidade para meter a nossa colher subversiva lá dentro.
O humor português é tão conservador que precisa de uma mudança?
Não é o humor, é o espírito português em geral. Actualmente está bastante adormecido. E para haver mudança tem de haver consciência: nós temos essa consciência e estamos a tentar mudar algo.
O Vai tudo Abaixo é pedagógico?
Acho que sim. Queremos contribuir para uma saída deste marasmo (veja-se a abstenção, por exemplo). Agora existirá sempre gente que não gosta do nosso estilo. E ainda bem. Se há coisa que não queremos é unanimidade!
O “Ruce” (toxicodependente que faz tudo pela heroína), é um dos teus personagens mais violentos. Já foste criticado por este sketch ou outro?
Claro! No semanário Expresso disseram que era de muito mau gosto. Para mim, até foi um elogio.
Alguma destas brincadeiras te saiu caro?
Já fui preso e vou ter de ir a tribunal por usurpação de funções (vesti-me de polícia, sem autorização). Quanto a agressões lembro-me de um velhote que me quis bater quando lhe tentei vender um caixão [sketch do “José Manso”]. Insultos também não me faltam, é o pão-nosso de cada dia.
Os Homens da Luta é uma sátira à Esquerda. O que têm reservado para a Direita, neste novo programa?
Temos dois grandes personagens da série anterior! O Black Skin, um nazi preto com um cão chamado “Salazar” e o “Miguel Martins”, um jovem empresário com ideias dinâmicas, completamente descabidas, para ganhar muito dinheiro. Mas voltando ao sketch da Luta: eu não acho que seja um gozo à Esquerda. É, antes de mais, saudosista, recorda aqueles tempos em que as coisas se viviam com mais intensidade.
Mas eles só defendem os trabalhadores das nove às cinco...
Acaba por ser uma crítica, mas o fundamental é a intervenção. Vamos ter muita saída com eles porque todos os dias há “lutas”.
São os protagonistas da próxima série?
Sim, vão estar presentes em muitas situações a partir de agora! Queremos entrar pelos telejornais adentro! Mas também lá vai estar o “Ruce”, o “Carlinhos” [machista-gay], o “José Manso” ou o Wanderlei [brasileiro que vem fazer um documentário sobre Portugal, mas que detesta o nosso país], etc.
As tuas personagens são pedaços de ti?
Alguns são alter-egos. No fundo, sou uma pessoa calma e não tenho necessidade de me exibir (divirto-me mais exteriorizando as personagens). Gosto de ler, estar em casa, sair com amigos... tenho um lado contemplativo.
Recordas com saudade a tua passagem pelos programas A Revolta dos Pastéis de Nata e o Cabaret da Coxa?
Gostei de lá estar e tenho noção de que dei sempre o máximo. Mas preocupo-me mais com o futuro, sabes?
E onde te imaginas daqui a dez anos?
Se ainda estiver vivo gostaria de fazer filmes. Seria interessante explorar mais personagens, envolver-me em projectos diferentes.
Na área da comédia?
E do drama também. O universo trágico/cómico interessa-me.
E a médio prazo, o que pretendes fazer?
No Verão, quando acabar esta série, queria levar algumas das personagens lá para fora. Afinal, somos um país de emigrantes.
16.04.2007
AVULSO
Tens orgulho em ser português? Tenho orgulho, em geral. Ser português não é algo que eu possa mudar. [CÁ PARA NÓS NÃO TE IMPORTAVAS DE SER ANEXADO PELOS ESPA-NHÓIS...]
Alberto João Jardim, o que te lembra este nome? Carnaval... e fios dentais! [ESPEREMOS QUE ELE ESTEJA A FALAR DAS MENINAS QUE PARTICIPAM NO DESFILE E NÃO NO PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL MADEIRENSE DE TANGA...]
És adepto do Benfica? Não! Sou sportinguista, mas não ligo muito ao futebol. Tenho pena de quem o faz, acho que é de uma pobreza de espírito enorme. Mas gosto muito do mar e de fazer bodyboard. [ESTE HOMEM É UMA CAIXINHA DE SURPRESAS!]
Noite ideal? Estar com a mulher que eu amo e amigos, beber cerveja, dançar... e depois ir para casa fazer amor. [TANTA PIEGUICE, CRUZES CREDO! AFINAL, POR DETRÁS DO INCONFORMISMO DO RAPAZ HÁ UM CORAÇÃOZINHO DE MANTEIGA!]
UM AUTODIDACTA INTRANQUILO
Num dos sketches para A Revolta dos Pastéis de Nata – em que ele e o irmão [o outro Homem da Luta (aquele que toca e canta o kirikiri...)] personificam dois estudantes universitários que praxam tudo o que mexe – satiriza uma certa tradição no álcool e em sanções duvidosas (ver
http://-www.youtube.com/results?sear...y=jel+caloiros). Mas será que já passou pelo ensino superior? Parece que sim. Frequentou Gestão de Marketing e História da Arte, mas desistiu de ambos. Na altura entendeu que o futuro não estava ali. Adiantando que se transformou num «autodidacta» e que «talvez devesse ter tentado o Conservatório». Sem remorsos e sempre a olhar para o amanhã admite que «agora cursos, só se for um de Yoga!»